quinta-feira, 1 de abril de 2010

TRÊS


São três garotas. Que gostam de festas, shows, pessoas, momentos!
Cada uma na sua individualidade, jeitos, gostos, manias, vidas e dessa forma elas vão se completando. Pena é estarem tão longe umas das outras, mas as três sonham com o dia em que estarão juntas. Aí as conversas serão melhores, mais gostosas. E as noites? Ahh, as noites! Estas serão curtas demais para tanto papo.
Porém, enquanto isso não acontece elas vão se ajudando do jeito que dá. E a intensidade do querer bem, do carinho entre elas, não muda. Não importa os muitos quilômetros que as separam.

quinta-feira, 11 de março de 2010

a mais bela flor.

Em 19 de setembro perdi a matriarca da minha família, aquela que era o alicerce, minha Vovó Hilda (era assim como eu e todos os netos a chamavam). Era uma manhã de sábado, linda, fazia um sol danado e eu estava em pleno Porto da Barra, participando de uma ação voluntária para limpar as praias de todo o mundo - Clen Up Day - quando recebi a ligação de minha mãe me dizendo que era pra voltar pra casa, fiquei meio sem entender, mas ao mesmo tempo era como se eu já soubesse o que tinha acontecido, ela só precisou confirmar. A sensação foi de perda do chão, saí desbandeirada chorando, peguei um táxi e voltei pra casa, fui chorando o caminho inteiro, lembrando que na sexta a noite eu arrumava meu armário e tinha achado uma foto dela, de alguns anos atrás, e tinha chorado muito e pedido a Deus que fizesse ela melhorar pra que pudesse voltar pra casa.
Quando cheguei em casa, minha mãe estava bastante agitada, tomei banho e esperei ela arrumar tudo para irmos pra casa de minha vó, no curuzu, onde estariam o meu pai, meus tios e primos e os amigos da família.
Era como se todo o curuzu estivesse de luto, e de fato estava. Ele estava silencioso como eu nunca vira antes, desse momento até a chegada de minha tia mais nova, minha madrinha e meu pai, foi uma espera terrível. Várias pessoas ligavam, chegavam e a gente tendo que dar sempre a noticia, isso por que as pessoas não acreditavam no que os jornais estavam noticiando.
A chegada do caixão trouxe o desespero total, pois ali estávamos vendo que não era mentira e que não teria mais volta. Foi duro. Uma madrugada inquieta, muitas pessoas chegando pra dar o último adeus àquela mulher que ajudou a fundar o primeiro e mais importante bloco afro brasileiro. Foi tanta gente que não víamos há anos, pessoas que ela ajudou, aconselhou, e que a admiravam pelo que ela era, simples, porém forte.
A manhã chegava e com ela mais pessoas, todos, TODOS mesmo de branco, subindo o curuzu em cortejo, os filhos de santo e de sangue segurando seu caixão e os orixás abrindo alas para que todos daquele bairro que ela escolheu pra criar seus filhos pudessem lhe fazer as últimas homenagens. E essas homenagens continuaram no cemitério, mais pessoas chegaram e fomos confirmando o que já sabíamos: o quão importante ela era pra muita gente.
A perda é irreparável, ninguém estava preparado para isso, mas é como se soubéssemos que ela nunca vai nos deixar sozinhos e vai estar sempre olhando por nós, de onde ela estiver. Mas é tão estranho chegar naquela casa e não ter mais ela ali para eu pedir a benção e dar testa pra que ela beije.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Mulher de Pele Preta

Lindas, excessivas e expressivas melaninas destacam-se cobrindo todo meu corpo.
Corpo esse que a África tem a responsabilidade de assumir sua grande e essencial participação.
Quando me visto de branco eu encanto e exalto a paz.
As contas, os búzios e tantos outros balagandans me adornam, me enfeitam e todos os outros olhos são meus.
Tambores e atabaques, a percussão move meus pés, braços e mãos.
Minha alma tem tanta alegria que já não cabe mais em mim e escapa pela minha
Boca, evidenciando meu sorriso cor de paz.
Minha fé vem dos negros, vem da natureza.
Minha raiz é forte.
Eu sou mulher de pele preta
E minha luta é ganha.


Misael Franco




Eu só posso agradecer a esta pessoa linda que me deu esse poema de presente!
É muito bom saber que tem gente boa do nosso lado e emanando energias positivas, agradeço aos céus por ter feito Misael voltar ao meu circulo de amizades.
Ah! E agradeço a Vanessa por ter nos apresentado. :)

Obrigada Miisa, por tudo !

domingo, 22 de novembro de 2009

NÃO QUERO FLORES, QUERO UM BAOBÁ!

Quero um homem que deseje meu corpo de curvas roliças, meu cabelo que cresce para o alto, minhas ancas largas para guardar filhos e meu cheiro forte de mulher preta.

Não quero flores, quero um Baobá!
Porque a minha boca carnuda, para o meu amor, deverá ser objeto de desejo e deleite, quero que o meu homem entenda o meu jeito de fazer as coisas como os "Os modos de uma rainha caprichosa", livre do pensamento imediatista, plantado em nós pelo colonizador.

Não quero flores, quero um Baobá!
Para que o meu amor saiba que meus seios fartos, além de alimentar
crianças, alimentarão cumplicidade de marido e mulher. E meu corpo, Ah! O meu corpo, tanto quanto o meu homem seja merecedor, será a morada do seu prazer, alento e conforto.

Não quero flores, quero um Baobá!
Porque com meu homem quero construir uma casa, ter um lar, cuidar das plantas, perder noites de sono com as crianças, sonhar juntos
e dormir empernada nas madrugadas frias...

As flores têm vida curta. São vulneráveis ao frio, ao vento, à chuva, ao sol...
O Baobá se ergue em terra firme. O sol e a chuva o tornam frondoso e abundante... Ele pode não trazer o perfume e a beleza das flores, mas tem força, longevidade e sob sua sombra, eu posso abrigar todos aqueles que são meus.

Não quero flores, quero um Baobá!
Urânia Munzanzu

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Acabei por descobrir que as minhas melhores amigas nesta vida são as palavras. Elas que me acompanham desde o meu 1º dia escolar e vão me acompanhar para sempre, pois são as principais ferramentas da profissão que escolhi para seguir, estão comigo a todo e qualquer momento. Nos felizes recorri a elas para extravasar tal alegria, e nos momentos tristes me afogo de tal forma nelas que estas saem de mim de uma forma inexplicável. Ouso-me até a dizer que faço um melhor uso delas quando estou triste, talvez seja porque a sensibilidade esteja mais aflorada ou por qualquer outro motivo que eu desconheço. O melhor de tudo é que após usá-las me sinto bem melhor e com um humor maravilhoso. Posso me decepcionar com qualquer pessoa nesta vida, menos com estas sobre as quais vos falo neste momento, estas são totalmente fieis e estão disponíveis sempre que preciso.

Agradeço a estas que não me magoam e não me abandonam!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ela me contou que algo está faltando, e que pode ser qualquer coisa. Inclusive um bem querer. Ela disse também que já tentou várias vezes, mas em todas saiu machucada ou perto disso, mas mesmo assim ela não vai desistir, não vai se tornar uma pessoa amarga e sem esperança, mesmo tendo chegado bem próximo a isso. Enfim, ela me perguntou se ela estava querendo demais, idealizando algo que jamais iria conseguir, mas eu não soube responder. Talvez essas dúvidas sejam minhas e não dela.

domingo, 19 de julho de 2009

(...)
Quem quiser ver a tristeza, aíaí
Do jeito que Deus criou
Olha os olhos do menino
Carregando seu andô
Lá dentro tem um furunga
Todo enfeitado de flor
A dor tocando zabumba
E dando viva ao senhor

Quebradeira de coco é babaçu, eiá
A dor é um coco ruim de quebrar.

Musica: Quebradeira de Coco
Autor: Roque Ferreira
Interprete: Mariene de Castro