sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

feliz ano!

Quando chega essa época do ano eu sempre quero postar algo aqui no blog, mas nunca sei como começar. Escrevo milhões de coisas e apago, pq sempre tá uma merda.

Então resolvi destacar quatro fatos que achei importantes:

  1. A minha turma da faculdade não poderia ser melhor, adorei conhecer aqueles LINDOS. Lembro de um momento especial com a turma de Jornalismo 2010.2: eles me fizeram reinar colorida. Enquanto eu saia do luto do branco, eles foram todos de branco em minha homenagem.
  2. Trabalhei pra caramba em 2010. E Estou falando sério, primeiro foi na Central do Carnaval no período Carnaval e o que o antecedeu e depois no período de São João. E já agora mais pro fim do ano, lá no Ilê Aiyê, na produção dos ensaios. Muito bom trabalhar com o que gosta, né?! Isso serve para os dois casos.
  3. Em Setembro, minha vó fez um ano de falecida e todas as obrigações do candomblé foram feitas e no final foi escolhida a sucessora dela, minha Tia Hildelice Benta. Ansiedade e Emoção são as palavras que descrevem o que eu senti nessa uma semana de setembro.
  4. Reforcei laços com familiares e amigos. É muito conhecer gente nova, mas é melhor ainda saber que se você olhar para os lados vai ter sempre alguém com você, alguém que sempre esteve e sempre estará.

Que 2011 venha cheio de Luz e Paz, mais que em 2010.

Axé!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

sambe(mos)

Quero sambar com você

Sambar juntinho

Até o dia amanhecer

Só nós dois e mais ninguém

Acabar com essa historia de ficar só

Minha’alma sente sua falta

Ainda que ela não saiba quem é você

Ainda assim eu sei que você é meu.


Preciso me apaixonar e tenho dito!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Bença!

O Bando de Teatro Olodum pra mim é mais que importante. Olho para cada um dos atores com um ar de admiração, creio que eles não tem noção do quanto importantes eles são para mim e para milhares de pessoas (ou tenham, não sei!). Lembro exatamente do dia em que vi uma peça do Bando pela primeira vez, não foi exatamente uma peça, foram trechos de uma. Primeira exibição do Programa Espelho comandado por Lazaro Ramos, no decorrer do programa eram exibidos trechos de Cabaré da Raça. Fiquei encantada com aquilo, achei mais que deslumbrante! Eles estavam falando de mim e para mim. No outro dia, fui ao Vila Velha assistir “Bakulo – Os Bem Lembrados”, peça da Cia dos Comuns (RJ) e lá vi diversos atores do Bando, aqueles que um dia antes tinham falado para mim. Eu tinha 15 anos de idade e lembro que olhava para Erico Brás admirada, a minha vontade era só abraçá-lo e agradecer, naquele momento eu não sabia exatamente por quê, mas era só isso que eu queria. Mas não o fiz, por conta da vergonha. Saindo de lá descobri que no outro dia haveria uma sessão única de “Cabaré da Raça”, fiquei louca, queria ir de qualquer jeito e fui. FOI LINDO! Só posso dizer isso, saí de lá maravilhada com tudo.

Depois desse dia sempre que vejo algum ator do Bando, eu penso: - “Ela/Ele é do Bando!” e aquele olhar de admiração volta. Eles foram muito importantes para minha formação. Formação como ser humano, como mulher negra nessa sociedade racista em que eu me encontro. Queria um dia poder dizer para eles tudo isso, mas sempre fico com aquela vergonha, igualzinha àquela de quando vi todos os atores do Bando de Teatro Olodum pela primeira vez.

E é por tudo isso que eu estou demasiadamente ansiosa para a estréia de “Bença”, peça do Bando que fala principalmente do respeito aos mais velhos. E isso está diretamente ligado a mim. Minha vó sempre me disse o quanto era/é importante os respeito aos mais velhos e sempre cobrou ‘bença’ para ela e para os outros mais velhos. Meus pais e tios seguem com os mesmos valores e eu, meus irmão e primos não somos diferentes. Catarina, mãe de Perola Nehanda e Vinicius, pai de Suiane, já ensinam a elas a importância da bença, do respeito, valores que vem sendo perdidos ao longo dos tempos. Dona Hilda deixou tudo encaminhado aqui, passou tudo certinho para todos nós e seguimos a cartilha ao pé da letra, viu Vovó?!

Agradeço a Jorge Washington, Erico Brás, Auristela Sá, Cássia Valle, Elane Nascimento, Valdinéia Soriano, Sérgio Laurentino, Telma Souza, Leno Sacramento, Fábio Santana, Arlete Sales, Ridson Reis, Robson Mauro, Geremias Mendes, Cell Vale, Jamile Alves, Ednaldo Muniz, Zebrinha, Jarbas Bittencourt, Chica Carelli e Márcio Meirelles.

(Desculpa se eu esqueci de alguém!)

Obrigado por retratar um pouquinho da minha história em cada peça encenada.

A Bença aos mais velhos!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dengo
O dengo
Meu dengo
Aquele dengo
Um dengo para mim, pra chamar de meu, nosso, vosso, nosso
Quero um dengo meu. E aqui querer é poder.
No meu mundo o meu dengo é realmente meu. Mesmo que seja apenas no meu mundo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010


Queria não me importar (tanto) com a opinião dos outros, mas infelizmente me importo e certas palavras ditas chegam a mim como uma flecha e me acertam de tal modo que fico realmente muito triste.
Uns dizem que sou anormal, outros que quero parecer anormal, mas a questão é quem nem eu sei quem sou. E já que eu, que sou dona das minhas vontades não sei, quem é você para saber? Não quero ser definida, nem entendida, quero ser apenas eu. Com todas as minhas falhas e virtudes, estou farta de críticas que não sejam construtivas.
Estou FARTA!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

mundo novo

Daqui há algumas horas as tão esperadas aulas na Facom começam. Esperei muito por isto, pelo momento em que me sentiria (e seria) de fato uma faconiana. Dois mil e nove foi um ano de muito esforço, principalmente no que diz respeito aos estudos de matérias exatas e aos shows que não pude ir por conta do bom senso que imperava estranhamente sobre mim. Passado todo o esforço, todo o tédio que foi ter ido fazer aquelas benditas provas e sair de lá quase morta de tanto pensar, pude respirar aliviada ao receber uma ligação me dizendo que passei na Universidade Federal da Bahia (muito obrigada, Eliana!). É obvio que chorei, gritei, pulei e lembrei de D. Hilda, a vontade de receber um abraço dela foi imensa, mas sabia (e sei) que ela está mega feliz, de onde ela está.
Aos 13 de dezembro de 2010, postei um texto aqui em que relatava que sairia da Unijorge para voltar para o cursinho pré-vestibular. Pedi que não me entendessem, apenas respeitassem a minha decisão,estava indo atrás do que eu achava que seria o melhor para mim. Agradeço àqueles que me deram palavras de apoio, que só com um olhar me diziam que estavam torcendo por mim. Não me arrependo de nada que fiz. Ter feito dois semestres de jornalismo em outra instituição só me fez crescer e conhecer pessoas maravilhosas, hoje sou o que sou por conta das experiências vividas anteriormente.
E agora ansiedade impera sobre mim. Quero saber o quê/quem vou encontrar por lá, como vão ser esses 4 anos, enfim, todas aquelas duvidas que temos quando nos deparamos com o “novo”. Mas que fique bem claro, estou super preparada para que vem por aí, nunca fui de ter medo de novas experiências.
Enfim, esse texto é só para expressar o quanto estou feliz e ansiosa com esta nova etapa da minha vida!
Não desista dos seus objetivos, essa frase é meio clichê, ok! Mas é a mais pura verdade, fazer o quê?
Ficaadica! :)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

cidade provinciana

A primeira capital do Brasil completou em 2010, 461 anos de idade. Muito tempo, hein? Mas a impressão que eu tenho é que aqui ainda guarda muito da província que esta bela cidade já foi. (foi?)
Sei que isso aqui já foi muito pior, não era rota das principais peças do país, nem dos artistas mais requisitados, e de uns anos pra cá isso já vem mudando, mas o que mais me incomoda é que a mente da maioria dos soteropolitanos parou no tempo, estagnou. Posso até me colocar nesse meio, já que faço parte dessa cidade e algumas vezes o simples fato de não fazer nada pra melhorar já é muita coisa.
O que eu sinto é Salvador já deu. Não seu espaço físico, prédios e construções, mas as pessoas que a compõem. Essas queridas, que com suas mentes fechadas vão me enchendo, com seus discursos arcaicos vão me expulsando cada vez mais da minha terra natal. A impressão que tenho é que só vou ser eu de verdade quando sair dos muros soteropolitanos, ultrapassar essas barreiras.

terça-feira, 8 de junho de 2010

conto paulista

Av. Paulista, mais ou menos 18h30min, horário de pico, engarrafamento, pessoas tentando voltar para suas casas, os pontos de ônibus super lotados e ela está ali. Linda, loira, com uma saia de cintura alta que é um luxo. Ela está super distraída, quando de repente o vê. Ele, igualmente lindo, bem vestido em um terno, com uma mochila nas costas, o que certamente mostra que ele deve ser um estagiário, mais um tentando ser contratado.
Eles se beijam, muitas vezes, por sinal e com uma duração grande até. O amor entre eles parece ser incondicional. Pelo menos naquele momento é como se um só tivesse o outro naquele instante. Eles nem ligam para os olhares, que em sua maioria têm uma pitada de inveja. O amor deles exala e contagia. Eles conversam sobre tantas coisas: casa, comida, amigos, festas, futuro, futuro e mais futuro. Eles planejam tantas coisas juntos. Querem casar, ter filhos, uma casa própria, uma casa de praia, um cachorro, um gato e três passarinhos...
O ônibus dela tarda a chegar, por coincidência ou não é o mesmo que o meu, e nesse tempo eles conversam e planejam mais e mais. Até que passa um ônibus que serviria pra ela, a deixaria no meio do caminho e de lá ela pegaria outro, o que faria o percurso ser mais rápido, mas ela desiste e diz que prefere esperar o outro que faz um caminho mais longo mesmo. Porém isso nada tem a ver com o fato de que ela pagaria duas conduções, ela só quer ficar mais tempo juntinho dele, abraçadinhos como estão e conversando. Ele é sábio, a escuta e opina, o que mostra que presta atenção no que ela diz e é exatamente isso que a faz ser tão apaixonada por ele.
Mas eis que o nosso ônibus chega, eles se despedem, ela entra no ônibus, eu entro pouco depois dela, eles se despedem de novo(dessa vez de longe e sem beijos) e ela encontra uma velha conhecida dentro desta condunção, vão conversando até o destino final dela. Ela solta e segue seu caminho e eu fico a olhá-la da janela do ônibus.

sábado, 29 de maio de 2010

Existem cinco pessoas em minha vida que me ensinaram a dizer três palavrinhas super simples. Elas me ensinaram a usar essas palavrinhas fora do convívio familiar (não que as usassem dentro dele com muita freqüência). Nós convivemos por sete anos, nos víamos todos os dias. E ainda tínhamos papos para telefonemas e saídas. Foram anos bons, muito divertidos. Ao longo desses anos, algumas perderam de ano, outras trocaram de turma, mas nossa amizade tava ali, firme que nem uma rocha. Mas até as rochas um dia se quebram ou pelo menos se tornam mais vulneráveis aos fenômenos da natureza. E assim foi com nossa amizade.
O nosso grupo ainda é o nosso grupo, sabe?! Outras pessoas chegaram, ficaram, mas elas são apenas uma ramificação daquele grupo central que éramos ou somos, não sei mais.
Digo não sei mais, por que a amizade não é a mesma, nós não somos as mesmas. As ideologias são outras, as cabeças são outras. E assim fomos nos moldando, nos chegando em quem nos era comum ou pelo menos mais parecido. Ainda nos vemos, não todas juntas, não com uma freqüência exata, mas a gente ainda se encontra pra bater um papo e lembrar das nossas peripécias dos tempos de CPM.
Confesso que pra esse texto sair foi preciso uma cutucada, mas cada palavra dita e escrita aqui veio de dentro do meu coração, onde guardo cada uma delas e de onde nenhuma tem o direito de sair, mesmo com todas as brigas, afastamentos, mesmo com tudo, elas sempre vão estar aqui, dentro do meu coração.

Amo e amo de verdade todas elas. Cada uma na sua individualidade, cada uma com suas maluquices, jeitos, gostos e características que são exclusividade delas e que se não as tivessem acho que meu amor por elas não seria tão intenso. (rs!)

sábado, 22 de maio de 2010

E eis que depois de uma tarde de "quem sou eu " e de acordar à uma hora da madrugada, ainda em desespero. Eis que às três horas da madrugada acordei e me encontrei. Fui ao encontro de mim. Calma, alegre, plenitude sem fulminação. Simplesmente eu sou eu e você é você. É vasto, vai durar.O que te escrevo é um "isto". Não vai parar: continua. Olha para mim e me ama. Não: tu olhas para ti e te amas. É o que está certo.
O que te escrevo continua e estou enfeitiçada.
.
(Extraído do último capítulo do livro "Água Viva" de Clarice Lispector)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

de brincadeira.
Quero morrer de amor, só um pouquinho
Quero morrer de prazer, bem devagarzinho
Quero morrer de preguiça, dormindo bem agarradinho
Às vezes é preciso morrer, nem que seja por um dia
Sumir do mapa, esconder-se em casa, trancar-se no quarto
Não ver ninguém, ou quase ninguém
Morrer... morrer... morrer...
Nem que seja de mentirinha!
.
Por Val Benvindo

quinta-feira, 1 de abril de 2010

TRÊS


São três garotas. Que gostam de festas, shows, pessoas, momentos!
Cada uma na sua individualidade, jeitos, gostos, manias, vidas e dessa forma elas vão se completando. Pena é estarem tão longe umas das outras, mas as três sonham com o dia em que estarão juntas. Aí as conversas serão melhores, mais gostosas. E as noites? Ahh, as noites! Estas serão curtas demais para tanto papo.
Porém, enquanto isso não acontece elas vão se ajudando do jeito que dá. E a intensidade do querer bem, do carinho entre elas, não muda. Não importa os muitos quilômetros que as separam.

quinta-feira, 11 de março de 2010

a mais bela flor.

Em 19 de setembro perdi a matriarca da minha família, aquela que era o alicerce, minha Vovó Hilda (era assim como eu e todos os netos a chamavam). Era uma manhã de sábado, linda, fazia um sol danado e eu estava em pleno Porto da Barra, participando de uma ação voluntária para limpar as praias de todo o mundo - Clen Up Day - quando recebi a ligação de minha mãe me dizendo que era pra voltar pra casa, fiquei meio sem entender, mas ao mesmo tempo era como se eu já soubesse o que tinha acontecido, ela só precisou confirmar. A sensação foi de perda do chão, saí desbandeirada chorando, peguei um táxi e voltei pra casa, fui chorando o caminho inteiro, lembrando que na sexta a noite eu arrumava meu armário e tinha achado uma foto dela, de alguns anos atrás, e tinha chorado muito e pedido a Deus que fizesse ela melhorar pra que pudesse voltar pra casa.
Quando cheguei em casa, minha mãe estava bastante agitada, tomei banho e esperei ela arrumar tudo para irmos pra casa de minha vó, no curuzu, onde estariam o meu pai, meus tios e primos e os amigos da família.
Era como se todo o curuzu estivesse de luto, e de fato estava. Ele estava silencioso como eu nunca vira antes, desse momento até a chegada de minha tia mais nova, minha madrinha e meu pai, foi uma espera terrível. Várias pessoas ligavam, chegavam e a gente tendo que dar sempre a noticia, isso por que as pessoas não acreditavam no que os jornais estavam noticiando.
A chegada do caixão trouxe o desespero total, pois ali estávamos vendo que não era mentira e que não teria mais volta. Foi duro. Uma madrugada inquieta, muitas pessoas chegando pra dar o último adeus àquela mulher que ajudou a fundar o primeiro e mais importante bloco afro brasileiro. Foi tanta gente que não víamos há anos, pessoas que ela ajudou, aconselhou, e que a admiravam pelo que ela era, simples, porém forte.
A manhã chegava e com ela mais pessoas, todos, TODOS mesmo de branco, subindo o curuzu em cortejo, os filhos de santo e de sangue segurando seu caixão e os orixás abrindo alas para que todos daquele bairro que ela escolheu pra criar seus filhos pudessem lhe fazer as últimas homenagens. E essas homenagens continuaram no cemitério, mais pessoas chegaram e fomos confirmando o que já sabíamos: o quão importante ela era pra muita gente.
A perda é irreparável, ninguém estava preparado para isso, mas é como se soubéssemos que ela nunca vai nos deixar sozinhos e vai estar sempre olhando por nós, de onde ela estiver. Mas é tão estranho chegar naquela casa e não ter mais ela ali para eu pedir a benção e dar testa pra que ela beije.