sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

sambe(mos)

Quero sambar com você

Sambar juntinho

Até o dia amanhecer

Só nós dois e mais ninguém

Acabar com essa historia de ficar só

Minha’alma sente sua falta

Ainda que ela não saiba quem é você

Ainda assim eu sei que você é meu.


Preciso me apaixonar e tenho dito!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Bença!

O Bando de Teatro Olodum pra mim é mais que importante. Olho para cada um dos atores com um ar de admiração, creio que eles não tem noção do quanto importantes eles são para mim e para milhares de pessoas (ou tenham, não sei!). Lembro exatamente do dia em que vi uma peça do Bando pela primeira vez, não foi exatamente uma peça, foram trechos de uma. Primeira exibição do Programa Espelho comandado por Lazaro Ramos, no decorrer do programa eram exibidos trechos de Cabaré da Raça. Fiquei encantada com aquilo, achei mais que deslumbrante! Eles estavam falando de mim e para mim. No outro dia, fui ao Vila Velha assistir “Bakulo – Os Bem Lembrados”, peça da Cia dos Comuns (RJ) e lá vi diversos atores do Bando, aqueles que um dia antes tinham falado para mim. Eu tinha 15 anos de idade e lembro que olhava para Erico Brás admirada, a minha vontade era só abraçá-lo e agradecer, naquele momento eu não sabia exatamente por quê, mas era só isso que eu queria. Mas não o fiz, por conta da vergonha. Saindo de lá descobri que no outro dia haveria uma sessão única de “Cabaré da Raça”, fiquei louca, queria ir de qualquer jeito e fui. FOI LINDO! Só posso dizer isso, saí de lá maravilhada com tudo.

Depois desse dia sempre que vejo algum ator do Bando, eu penso: - “Ela/Ele é do Bando!” e aquele olhar de admiração volta. Eles foram muito importantes para minha formação. Formação como ser humano, como mulher negra nessa sociedade racista em que eu me encontro. Queria um dia poder dizer para eles tudo isso, mas sempre fico com aquela vergonha, igualzinha àquela de quando vi todos os atores do Bando de Teatro Olodum pela primeira vez.

E é por tudo isso que eu estou demasiadamente ansiosa para a estréia de “Bença”, peça do Bando que fala principalmente do respeito aos mais velhos. E isso está diretamente ligado a mim. Minha vó sempre me disse o quanto era/é importante os respeito aos mais velhos e sempre cobrou ‘bença’ para ela e para os outros mais velhos. Meus pais e tios seguem com os mesmos valores e eu, meus irmão e primos não somos diferentes. Catarina, mãe de Perola Nehanda e Vinicius, pai de Suiane, já ensinam a elas a importância da bença, do respeito, valores que vem sendo perdidos ao longo dos tempos. Dona Hilda deixou tudo encaminhado aqui, passou tudo certinho para todos nós e seguimos a cartilha ao pé da letra, viu Vovó?!

Agradeço a Jorge Washington, Erico Brás, Auristela Sá, Cássia Valle, Elane Nascimento, Valdinéia Soriano, Sérgio Laurentino, Telma Souza, Leno Sacramento, Fábio Santana, Arlete Sales, Ridson Reis, Robson Mauro, Geremias Mendes, Cell Vale, Jamile Alves, Ednaldo Muniz, Zebrinha, Jarbas Bittencourt, Chica Carelli e Márcio Meirelles.

(Desculpa se eu esqueci de alguém!)

Obrigado por retratar um pouquinho da minha história em cada peça encenada.

A Bença aos mais velhos!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dengo
O dengo
Meu dengo
Aquele dengo
Um dengo para mim, pra chamar de meu, nosso, vosso, nosso
Quero um dengo meu. E aqui querer é poder.
No meu mundo o meu dengo é realmente meu. Mesmo que seja apenas no meu mundo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010


Queria não me importar (tanto) com a opinião dos outros, mas infelizmente me importo e certas palavras ditas chegam a mim como uma flecha e me acertam de tal modo que fico realmente muito triste.
Uns dizem que sou anormal, outros que quero parecer anormal, mas a questão é quem nem eu sei quem sou. E já que eu, que sou dona das minhas vontades não sei, quem é você para saber? Não quero ser definida, nem entendida, quero ser apenas eu. Com todas as minhas falhas e virtudes, estou farta de críticas que não sejam construtivas.
Estou FARTA!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

mundo novo

Daqui há algumas horas as tão esperadas aulas na Facom começam. Esperei muito por isto, pelo momento em que me sentiria (e seria) de fato uma faconiana. Dois mil e nove foi um ano de muito esforço, principalmente no que diz respeito aos estudos de matérias exatas e aos shows que não pude ir por conta do bom senso que imperava estranhamente sobre mim. Passado todo o esforço, todo o tédio que foi ter ido fazer aquelas benditas provas e sair de lá quase morta de tanto pensar, pude respirar aliviada ao receber uma ligação me dizendo que passei na Universidade Federal da Bahia (muito obrigada, Eliana!). É obvio que chorei, gritei, pulei e lembrei de D. Hilda, a vontade de receber um abraço dela foi imensa, mas sabia (e sei) que ela está mega feliz, de onde ela está.
Aos 13 de dezembro de 2010, postei um texto aqui em que relatava que sairia da Unijorge para voltar para o cursinho pré-vestibular. Pedi que não me entendessem, apenas respeitassem a minha decisão,estava indo atrás do que eu achava que seria o melhor para mim. Agradeço àqueles que me deram palavras de apoio, que só com um olhar me diziam que estavam torcendo por mim. Não me arrependo de nada que fiz. Ter feito dois semestres de jornalismo em outra instituição só me fez crescer e conhecer pessoas maravilhosas, hoje sou o que sou por conta das experiências vividas anteriormente.
E agora ansiedade impera sobre mim. Quero saber o quê/quem vou encontrar por lá, como vão ser esses 4 anos, enfim, todas aquelas duvidas que temos quando nos deparamos com o “novo”. Mas que fique bem claro, estou super preparada para que vem por aí, nunca fui de ter medo de novas experiências.
Enfim, esse texto é só para expressar o quanto estou feliz e ansiosa com esta nova etapa da minha vida!
Não desista dos seus objetivos, essa frase é meio clichê, ok! Mas é a mais pura verdade, fazer o quê?
Ficaadica! :)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

cidade provinciana

A primeira capital do Brasil completou em 2010, 461 anos de idade. Muito tempo, hein? Mas a impressão que eu tenho é que aqui ainda guarda muito da província que esta bela cidade já foi. (foi?)
Sei que isso aqui já foi muito pior, não era rota das principais peças do país, nem dos artistas mais requisitados, e de uns anos pra cá isso já vem mudando, mas o que mais me incomoda é que a mente da maioria dos soteropolitanos parou no tempo, estagnou. Posso até me colocar nesse meio, já que faço parte dessa cidade e algumas vezes o simples fato de não fazer nada pra melhorar já é muita coisa.
O que eu sinto é Salvador já deu. Não seu espaço físico, prédios e construções, mas as pessoas que a compõem. Essas queridas, que com suas mentes fechadas vão me enchendo, com seus discursos arcaicos vão me expulsando cada vez mais da minha terra natal. A impressão que tenho é que só vou ser eu de verdade quando sair dos muros soteropolitanos, ultrapassar essas barreiras.

terça-feira, 8 de junho de 2010

conto paulista

Av. Paulista, mais ou menos 18h30min, horário de pico, engarrafamento, pessoas tentando voltar para suas casas, os pontos de ônibus super lotados e ela está ali. Linda, loira, com uma saia de cintura alta que é um luxo. Ela está super distraída, quando de repente o vê. Ele, igualmente lindo, bem vestido em um terno, com uma mochila nas costas, o que certamente mostra que ele deve ser um estagiário, mais um tentando ser contratado.
Eles se beijam, muitas vezes, por sinal e com uma duração grande até. O amor entre eles parece ser incondicional. Pelo menos naquele momento é como se um só tivesse o outro naquele instante. Eles nem ligam para os olhares, que em sua maioria têm uma pitada de inveja. O amor deles exala e contagia. Eles conversam sobre tantas coisas: casa, comida, amigos, festas, futuro, futuro e mais futuro. Eles planejam tantas coisas juntos. Querem casar, ter filhos, uma casa própria, uma casa de praia, um cachorro, um gato e três passarinhos...
O ônibus dela tarda a chegar, por coincidência ou não é o mesmo que o meu, e nesse tempo eles conversam e planejam mais e mais. Até que passa um ônibus que serviria pra ela, a deixaria no meio do caminho e de lá ela pegaria outro, o que faria o percurso ser mais rápido, mas ela desiste e diz que prefere esperar o outro que faz um caminho mais longo mesmo. Porém isso nada tem a ver com o fato de que ela pagaria duas conduções, ela só quer ficar mais tempo juntinho dele, abraçadinhos como estão e conversando. Ele é sábio, a escuta e opina, o que mostra que presta atenção no que ela diz e é exatamente isso que a faz ser tão apaixonada por ele.
Mas eis que o nosso ônibus chega, eles se despedem, ela entra no ônibus, eu entro pouco depois dela, eles se despedem de novo(dessa vez de longe e sem beijos) e ela encontra uma velha conhecida dentro desta condunção, vão conversando até o destino final dela. Ela solta e segue seu caminho e eu fico a olhá-la da janela do ônibus.